Força-tarefa investiga atentado em Itumbiara

O secretário de Segurança Pública em exercício, coronel Edson Costa Araújo, disse que o atentado ocorrido durante uma carreata em Itumbiara nesta quarta-feira, dia 28, que resultou nas mortes do candidato a prefeito José Gomes e do cabo da PM, Vanilson João Pereira, de 36 anos, foi um ato covarde contra a cidadania e exercício político. Na ocasião, o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, e o advogado da Prefeitura, Célio Rezende, também foram baleados.

Os dois foram socorridos inicialmente no hospital municipal de Itumbiara, onde José Eliton foi submetido a uma cirurgia de emergência, e transferidos para Goiânia em uma UTI aérea. A chegada ao Hospital de Urgências de Goiânia Otávio Lage de Siqueira (Hugol) se deu por volta das 22h30 desta quarta-feira.  Eles estão internados em estado regular.

“Foram afetados os direitos dos cidadãos que estavam ali exercendo seus direitos políticos, seja do candidato que pela inconsequência do ato que teve a sua vida colhida e que foi elidido do processo  eleitoral e inclusive das pessoas, dos eleitores que tiveram seus direitos cerceados por esse ato bárbaro”, afirma.

O coronel destacou a importância da agilidade da resposta da polícia, que levou 11 segundos para reagir contra o suspeito de efetuar os disparos. Gilberto Ferreira, de 53 anos, estava lotado como motorista na Prefeitura de Itumbiara e teria atirado pelo menos 13 vezes com uma pistola semiautomática ponto 40. A polícia encontrou um carregador em posse do atirador, que morreu após a troca de tiros dentro do próprio carro. “A ação da polícia foi fundamental para a preservação de vidas. Se ele conseguisse recarregar a sua arma, o resultado poderia ter sido muito pior”, avalia.

Para investigar o crime e sua motivação, foi montada uma força-tarefa composta por 13 delegados da Polícia Civil e dois da Polícia Federal que vão permanecer na cidade até a elucidação definitiva do caso. Segundo o delegado-geral adjunto, Marcelo Aires Medeiros, Gilberto não tinha porte de arma e a pistola que ele usava não era registrada. Questionado sobre a possibilidade de se tratar de um crime encomendado, ele disse que nenhuma hipótese é descartada. “A Polícia Civil tem feito uma análise detalhada de todo o histórico do criminoso. Não há nenhum tipo de informação concreta que indique alguma personalidade agressiva ou conduta criminosa. Existem já algumas linhas de investigação e todas estão sendo estudadas para que possamos chegar ao resultado final o mais rápido possível”, acrescenta.

Ele informa que os policiais já fizeram reuniões e trocaram informações e a parceria se dará até o desfecho. Foram realizadas buscas nas casas dos dois filhos de Gilberto em Itumbiara e em uma cidade

de Minas Gerais, onde segundo Marcelo Medeiros foram encontradas armas de pressão e uma grande quantidade de drogas. Os dois, que não estvam em suas respectivas residências, não têm antecedentes criminais. A polícia espera ainda a realização dos laudos periciais para a conclusão da dinâmica dos fatos, para saber por exemplo quem era o alvo do atirador.

Já se sabe que ele desceu de um carro na contramão e efetuou os disparos a curta distância. Sete atingiram a caminhonete onde estavam as vítimas.

PM garante segurança nas eleições
A Polícia Militar também enviou tropas especializadas para Itumbiara, a fim de garantir a tranquilidade no município. O coronel Edson Costa Araújo desmentiu rumores sobre depredações na cidade e ataques que teriam sido cometidos por populares revoltados, dizendo que tudo não passa de boatos.

Segundo o subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Antônio Borges, a partir de amanhã será deslocado reforço para todos os 17 Comandos Regionais da Polícia Militar para garantir a segurança e a tranquilidade durante o processo eleitoral. Carlos Antônio afirma que o ocorrido em Itumbiara foi um fato isolado, mas percebe-se um clima de animosidade em alguns municípios do Estado devido à proximidade das eleições. “A Polícia Militar tem uma preocupação com o exercício da cidadania em todas as cidade goianas”, diz.

Secretário de Segurança Pública em exercício, Edson Costa Araújo (centro)