Pular para o conteúdo principal
CIRURGIAS ELETIVAS, TEORIA E PRÁTICA

ACORDO INFORMAL PREVÊ R$ 150 MIL PARA CIRURGIAS ELETIVAS EM ITUMBIARA

Informações da Câmara Municipal de Itumbiara e da Secretaria Municipal de Saúde, apontam que em 2014, todo mês será reservado a quantia de R$ 150 mil para realização de cirurgias eletivas a usuários do SUS em Itumbiara que aguardam na fila da Central de Regulação para realização destes procedimentos.
Teoricamente, o caminho dos recursos para realização destas cirurgias eletivas começa com o repasse mensal até o dia 20  para a Câmara Municipal no valor de R$ 776.405,33, correspondente ao duodécimo previsto no Orçamento do município. Em seguida o Poder Legislativo devolve para o Tesouro Municipal sobras do duodécimo no valor de R$ 150 mil e a Secretaria Municipal de Finanças faz a transferência destes valores para a Secretaria Municipal de Saúde. Com os recursos, o Fundo Municipal de Saúde compra materiais e paga os profissionais para a realização dos procedimentos cirúrgicos.
ainda considerando a teoria, com base nos relatórios de gestão fiscal de 2013, o Fundo Municipal de Saúde contaria com cerca de R$ 3.687.759,06 para custeio mensal, valor correspondente as receitas de Convênios com a União e o Estado, e ainda o repasse de 15% dos tributos municipais, aos quais seriam somados o valor de R$ 150 mil,  repassado a mais para a realização das cirurgias.
Este seria um parâmetro de repasses, embora não foi informado como funcionará em 2014.
Mas na prática, há algumas questões fundamentais que dificultam a concretização do acordo, que deveria resumir na disposição orçamentária pelo gestor da saúde e recursos financeiros suficientes para realizar cirurgias no Hospital Municipal e adquirir serviços de outros hospitais para as cirurgias que não são possíveis de realização naquele local, como ortopédicas, por exemplo. Além de outras mais complexas, já que aquele hospital não possui UTI e os serviços de urgência e emergência na área de ortopedia são realizados em um hospital filantrópico de Itumbiara, com os casos mais graves sendo enviados para Goiânia.
O maior problema na questão é o próprio custo da saúde pública. Os recursos de convênios que no ano passado atingiram R$ 22.490.515,43 e os recursos vinculados as receitas tributárias  deveriam ser de R$ 21.762.593,34, totalizando R$ 44.253.108,77, que não são suficientes para fazer a gestão mensal dos serviços de Saúde. O custo efetivo em 2013 atingiu R$ 49.970.227,08 ou 18,63% da receita tributária. Quando se leva em consideração para efeito do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, foram efetivamente pagos cerca de R$ 45.720.796,95 ou aplicado 16,14% da Receita Tributária. Portando, foram aplicados a mais levando em consideração a LRF, cerca de R$ 1.467.688,18.
Assim, sem a definição de um parâmetro do custo da saúde com um teto a ser aplicado mensalmente e anualmente, não se tem garantia que será possível a realização de cirurgias eletivas em 2014. Se o teto for 15% da LRF, o município já aplica muito mais e então não sobraria recursos para os procedimentos, pois no ano de 2013 o teto era de R$ 44 milhões e o custo efetivo foi de R$ 49 milhões, levando em consideração o que foi efetivamente liquidado, ou seja as despesas que foram assumidas.
Definido o parâmetro de repasse, que não foi informado no acordo, restam ainda alguns problemas.
O primeiro é o custo dos serviços de cirurgias eletivas. Com tabela SUS, dificilmente se encontrarão profissionais dispostos a fazer as cirurgias, porque para a realização dos serviços são cobrados valores semelhantes a de planos particulares.
Outra questão é que o Hospital Municipal não realiza todos os tipos de cirurgias, pois apesar de ter um bom centro cirúrgico, não possui UTI e alguns serviços como Ortopedia. Então estes procedimentos tem que ser adquiridos junto a outros hospitais também a preços de tabelas de planos particulares. Imagine-se uma cirurgia de ligamento de joelho ou outra que necessite de próteses por exemplo e que estão na fila da Central de Regulação. Certamente não poderão ser feitas no Hospital Municipal.
Assim, para que o acordo se concretize, o primeiro passo é definir o teto do custo da saúde no ano de 2014. Vai ser de R$ 3,5 milhões como afirma o Secretário Wanderley Domingos, ou será o do efetivo custo de 2013 que foi de R$ 4,1 milhões, correspondente as despesas efetivamente liquidadas. Ou será aquela prevista no orçamento que prevê cerca de R$ 4,3 milhões por mês, excetuando investimento em obras e material permanente.
Resolvida a questão de teto do custeio, necessita ser regulamentado melhor todos os procedimentos que serão realizados. Serão somente aqueles possíveis no Hospital Municipal ou serão adquiridos serviços de outros hospitais, mesmo com custo de planos particulares?
Estas são algumas questões que precisam ser melhor planejadas para que a boa intenção dos gestores e da Câmara de Vereadores tenha êxito.Diário do Porto.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Presidente do TJGO visita obra de reforma do fórum de Goiatuba

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Gilberto Marques Filho, visitou nesta sexta-feira (10) a obra no prédio do fórum da comarca de Goiatuba, destruído num incêndio criminoso ocorrido no dia 10 de agosto do ano passado. Além disso, acompanhado de sua comitiva, ele foi até a Faculdade de Filosofia ( Fafich) , Ciências e Letras de Goiatuba, local onde funcionam provisoriamente as instalações do Poder Judiciário local. Os três juízes da comarca, Sabrina Rampazzo de Oliveira, diretora do Foro, Marcus Vinícius Alves de Oliveira e Débora Letícia Dias Veríssimo receberam o presidente e sua comitiva, composta pelo ouvidor-geral da Justiça, desembargador Itamar de Lima, e desembargador Olavo Junqueira, que foi encarregado de acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos na comarca. Gilberto Marques Filho se reuniu com o proprietário da construtora responsável pela reforma, Leonardo Nunes  (foto) , e com engenheiros. A expectativa, segundo eles, é que
Cenas do último show do cantor Cristiano Araújo, realizado na cidade de Itumbiara na quarta feira 23 de junho de 2015 Quadrilha realizada na quarta feira,23 de junho de 2015 Cantor Cristiano Araújo em Itumbiara, no palco que realizou seu último show Prefeito da cidade de Itumbiara Chico Balla, promovedor do Arraiá 2015
Dr.Wender é eleito presidente da  Unimed Regional Sul de Itumbiara Presidente recem eleito Dr. Wender  Barbosa de Freitas   A presidência da Unimed Regional Sul de Itumbiara vai mudar. Numa disputa acirrada, a chapa dois liderada pelo atual presidente Dr.Osvair José Rodovalho, da chapa dois, denominada “Gestão Medica com Transparência” não teve votos suficiente para se manter no comando da empresa. Com 123 votantes, a chapa um “Coerência com Dinamismo” liderada pelo medico ortopedista Dr. Wender Barbosa de Freitas venceu a eleição com 62 votos a favor, enquanto a chapa dois do atual presidente obteve apenas 60 votos. A votação, que aconteceu durante todo o dia da última terça feira no auditório da Unimed e teve ainda um voto nulo. Entre as propostas da chapa vencedora está a valorização do cooperado.