Entidades pedem
retomada do julgamento sobre doações de empresas para partidos
A Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) pediram hoje (25) a retomada do julgamento sobre a proibição de doações
de empresas privadas para campanhas políticas. Os representantes das entidades
reuniram-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo
Lewandowski.
O
julgamento foi interrompido em abril do ano passado, por um pedido de vista do
ministro Gilmar Mendes, quando o placar estava em 6 votos a 1 pelo fim de
doações de empresas para candidatos e partidos políticos. Após a reunião,
Lewandowski enviou o pedido das entidades para Mendes.
Segundo o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos Vinícius Furtado
Coêlho, o atual sistema político, com prevalência do poder econômico, não pode
continuar.
"Entendemos
que é importante para o Brasil uma definição da matéria para que possamos todos
ter, após essa definição, adoção dos caminhos necessários ao Brasil, disse ele.
Para Furtado, é preciso “construir consensos e aprovar reforma política
que melhore o sistema político".
O
secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, disse que as entidades vão
fazer uma vigília, hoje à noite, em frente ao Supremo. Serão acesas 365 velas
para lembrar um ano do pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.
"Estamos
vendo a realidade nua e crua da influência do financiamento das empresas.
Estamos todo dia no noticiário e gostaríamos de ver resolvida essa questão.
Creio que o Supremo poderá nos dar luz e ajudar a sociedade.", disse
Steiner.
Participaram
também do encontro representantes do Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral, da União Nacional dos Estudantes e de outras entidades.
Na semana
passada, os deputados federais Jorge Solla (PT-BA) e Henrique Fontana (PT-RS)
entraram com representação contra Gilmar Mendes no Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Os parlamentares alegam que Mendes deve responder a processo
administrativo pela demora na conclusão do voto.
Em defesa da reforma política, entidades fazem vigília na Praça dos Três
Poderes Valter Campanato/Agência Brasi
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